Elemento crítico do sistema de saúde brasileiro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em São Luís, atendeu a 10% dos cerca de 200 mil chamados recebidos em 2023. A causa seria o estado de sucateamento dos veículos e da estrutura, administrada pela própria prefeitura. A denúncia veio de Dennison Sodré, vice-presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores Municipais (Sinfusp).
Com mais de 1 milhão de habitantes, a cidade possui 11 ambulâncias, sendo que nem todas estão operacionais por conta da manutenção. Nas que funcionam, nem todos os equipamentos necessários estão disponíveis, podendo colocar em risco a vida de quem consegue receber socorro.
Um exemplo da falta de estrutura ocorreu no último fim de semana, quando um atleta que disputava uma partida no Ginásio Costa Rodrigues sofreu um acidente e precisou de atendimento. A ambulância não foi enviada e os próprios colegas precisaram levá-lo ao hospital. Em situações como essa, recomenda-se que apenas profissionais façam a remoção, por não haver clareza sobre a extensão das lesões.
Além da parte material, a situação também é grave para os profissionais, que não têm reajuste salarial desde 2016 e lutam pela recomposição dos vencimentos. Reivindicações são feitas constantemente, mas uma greve total esbarra no compromisso que eles assumiram em lutar pela vida dos cidadãos, ainda que a administração municipal não reconheça isso.
Enquanto nada é feito, o órgão conhecido por salvar vidas agoniza e clama para que ele mesmo seja salvo pela piedade do governo municipal.