A Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos na noite da última terça-feira (16), a chamada “PEC da Blindagem”, que restringe a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre parlamentares e reforça a exigência de aval do Legislativo para processar deputados e senadores. Do Maranhão, cerca de 80% da bancada federal votou a favor da medida, enquanto apenas três nomes — Duarte Júnior (PSB), Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Júnior (PT) — disseram não à proposta, alegando que ela enfraquece a Justiça e amplia privilégios.
Entre os que votaram a favor, alguns se manifestaram publicamente. Allan Garcês (PP) defendeu que o Congresso precisa se proteger do “excesso de poder do STF” e citou perseguição política a parlamentares como justificativa para o seu voto. Josimar de Maranhãozinho (PL) afirmou que a PEC apenas restabelece garantias previstas na Constituição de 1988. Pedro Lucas Fernandes (União) seguiu na mesma linha e disse que a proposta fortalece a democracia ao preservar o espírito dos constituintes liderados por Ulysses Guimarães.
Já Aluisio Mendes (Republicanos) fez uma ressalva: apoiou a PEC, mas criticou o voto secreto em casos de crimes graves. Segundo ele, a sociedade precisa saber como cada parlamentar se posiciona diante de situações como estupro ou tráfico de drogas. Apesar disso, ele admitiu que a votação reflete uma reação direta do Congresso contra a Suprema Corte, acusada de não respeitar as prerrogativas parlamentares.
Ao todo, 15 deputados maranhenses disseram “SIM” à PEC da Blindagem: Allan Garcês (PP), Aluisio Mendes (Republicanos), Amanda Gentil (PP), Cléber Verde (MDB), Detinha (PL), Fábio Macedo (Podemos), Hildo Rocha (MDB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Josivaldo JP (PSD), Júnior Lourenço (PL), Juscelino Filho (União), Márcio Honaiser (PDT), Marreca Filho (PRD), Pastor Gil (PL) e Pedro Lucas Fernandes (União). Contra, apenas três: Duarte Júnior (PSB), Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Júnior (PT). Na prática, os que votaram a favor concordaram que qualquer processo criminal contra parlamentares só poderá avançar com a autorização da própria Câmara dos Deputados, em votação secreta.