Depois de três anos de inércia administrativa em São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) decidiu despertar para a necessidade de garantir a própria reeleição, fazendo algumas manobras arriscadas para tentar permanecer no poder.
Uma delas envolve a gastança de dinheiro público com a produção de grandes shows e eventos de Carnaval, que têm servido de palanque para sua promoção pessoal, podendo caracterizar abuso de poder político e econômico e resultar na cassação do atual mandato do prefeito no Tribunal Superior Eleitoral.
Nas últimas semanas, meia dúzia de artistas levaram milhões de reais do povo de São Luís para se apresentar em um espaço montado às pressas atrás do Terminal de Integração da Praia Grande, sem infraestrutura para abrigar shows. No local, Pedro Sampaio, Joelma e Leo Santana faturaram alto com contratos suspeitos que seriam pagos por uma escolinha comunitária da Cidade Olímpica, não fosse a atuação da imprensa e de órgãos de controle do estado.
Os Braide, porém, parecem não ligar. O que importa para eles é o poder pelo poder, fazendo até o desconfiado prefeito da capital assumir uma postura imprudente, que não condiz com o perfil esquizofrênico com que ele comandou o Palácio de La Ravardière nos últimos anos.
Todos os artistas que passaram pelo palco até agora associaram sua imagem à do prefeito, fazendo elogios, gracejos e desafios ao público. Braide chamou pessoalmente ao palco todas as atrações, tirou fotos, deu lembrancinhas, tudo isso sob gritos de “já ganhou!”, vindos do público. Cena registrada até mesmo pelos perfis oficiais da Prefeitura nas redes sociais, podendo caracterizar facilmente propaganda política antecipada, promoção pessoal, além de abusos de poder político e econômico, e levando o pré-candidato à reeleição ao risco de ser punido pela Justiça Eleitoral.
Isso se não for punido pelo povo primeiro nas eleições de outubro.