Senador do União Brasil retorna ao comando da Casa após articulação ampla; mandato vai até 2027
O Senado Federal escolheu, neste sábado (1º), Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência da Casa pelos próximos dois anos. Esta será a segunda passagem do parlamentar pelo cargo, que já ocupou entre 2019 e 2021. A eleição marcou um momento de forte articulação política, garantindo a Alcolumbre apoio tanto da base governista quanto da oposição. Ele obteve 73 votos dos 81 possíveis, consolidando sua liderança.
Conhecido por sua atuação nos bastidores e por sua capacidade de articular consensos, Alcolumbre manteve influência na Casa mesmo durante a gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegando a comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante do Senado. Sua eleição reflete uma estratégia de equilíbrio entre forças políticas, reunindo apoio de legendas que, fora desse contexto, costumam estar em lados opostos do espectro político.
A composição da nova Mesa Diretora evidencia esse arranjo: o PL, principal partido de oposição ao governo federal, ficará com a primeira vice-presidência, ocupada por Eduardo Gomes (PL-TO), enquanto o PT, sigla do presidente Lula, indicou Humberto Costa (PT-PE) para a segunda vice-presidência. Esse desenho reforça a tentativa de Alcolumbre de manter a governabilidade e o diálogo entre diferentes grupos políticos.
Apesar do amplo apoio, algumas siglas se posicionaram contra ou optaram por não se envolver na disputa. O Novo e o PSDB foram os únicos partidos que não respaldaram sua candidatura, enquanto o Podemos deixou seus senadores livres para votar como quisessem. Mesmo assim, o resultado expressivo da eleição confirma a força política de Alcolumbre e sua capacidade de negociação dentro do Senado.