O soldado da Polícia Militar Carlos Bahia Santos, de 31 anos, que havia denunciado ter sido vítima de homofobia e tortura por colegas de corporação em Açailândia, faleceu no Hospital Carlos Macieira, em São Luís. Ele estava internado em estado grave após agressões físicas e enfrentava depressão. A causa da morte está sendo investigada pelo Instituto Médico Legal.
A Polícia Militar do Maranhão está conduzindo uma investigação sobre a conduta dos policiais suspeitos das agressões. A corporação afirmou que não tolera práticas de intolerância e que o caso vai além dos valores adotados por eles. O caso foi denunciado como lesão corporal, violação de domicílio e abuso de autoridade, levando à mudança de comando no 26º Batalhão de Polícia Militar de Açailândia, onde o soldado era lotado.
A denúncia chegou a órgãos de defesa dos direitos humanos através de uma carta supostamente escrita pelo próprio policial militar. Na carta, ele expressou sua luta contra a depressão e falou sobre a necessidade de reconhecimento e justiça para as vítimas.
Na carta, o PM cita que o comandante do BPM teria negligenciado as suas denúncias e afirma sofrer com a depressão.
“Digo ao major Nunes, que depressão não é frescura. Digo também a ele que o seu pedido de perdão não deve ser direcionado a Deus, mas sim as suas vítimas. Fui esquecido pelos meus irmãos… Obrigado a todos os que me ajudaram e que nos últimos dias mandaram mensagens de conforto. Agora estarei junto aos que me amaram e também com aqueles que me amam”, desabafa o PM em um trecho da carta.