A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) encerrou as atividades da Base Institucional de Alcântara (BIA), decisão que vem gerando forte repercussão entre pesquisadores e comunidades locais. Criada com o objetivo de integrar ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável, a BIA era um núcleo estratégico ligado ao NICTA (Núcleo Interdisciplinar Científico e Tecnológico de Alcântara), com um papel crucial em projetos de pesquisa e inovação no município.
Inaugurada em 2021 e com participação do então ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, a Base foi concebida para atender a demandas sociais, ambientais e econômicas da região. A estrutura abrigava laboratórios, cursos de graduação e pós-graduação em áreas como Engenharia Aeroespacial, Engenharia Elétrica e Ciências da Computação, além de projetos de extensão voltados para comunidades quilombolas e outras populações locais. O impacto positivo da BIA era reconhecido tanto na formação acadêmica quanto na contribuição para o desenvolvimento sustentável de Alcântara.
No entanto, a atual gestão do reitor Fernando de Carvalho extinguiu a base e devolveu o prédio à prefeitura de Alcântara, decisão que levanta questionamentos sobre o futuro dos projetos e recursos investidos. “A desativação da BIA representa um retrocesso para a UFMA e para Alcântara, especialmente no contexto do Centro de Lançamento de Alcântara (CEA), que depende de inovação tecnológica e de mão de obra qualificada”, criticou um pesquisador que preferiu não se identificar.
Além da extinção da Base, a UFMA também interrompeu o polo de Educação a Distância (EAD) em Alcântara, ampliando a sensação de abandono da região pela universidade. A comunidade acadêmica questiona os gastos realizados pela atual gestão e cobra maior transparência sobre os critérios que levaram à decisão.