Raimundo Barros: decisões, vínculos e a suposta crise de confiança no Tribunal de Justiça

Raimundo Barros: decisões, vínculos e a suposta crise de confiança no Tribunal de Justiça

O caso das emen­das par­la­mentares deixou ain­da mais evi­dente a supos­ta sin­to­nia do desem­bar­gador Raimun­do Bar­ros com os inter­ess­es do Palá­cio dos Leões. Ao negar o pedi­do apre­sen­ta­do por um dep­uta­do de oposição, o mag­istra­do tomou uma decisão que reper­cu­tiu ime­di­ata­mente no cenário políti­co. O pon­to mais pre­ocu­pante, porém, veio depois: o proces­so não avança, não segue para a instân­cia supe­ri­or e per­manece sem qual­quer encam­in­hamen­to claro o que, na práti­ca, difi­cul­ta e retar­da ten­ta­ti­vas de con­tes­tação.

Não se tra­ta de afir­mar auto­mati­ca­mente uma que­bra de rito, mas é inegáv­el que, em situ­ações dessa natureza, a fal­ta de movi­men­tação proces­su­al sem­pre lev­an­ta dúvi­das. Quan­do a decisão atinge um oposi­cionista e ben­e­fi­cia dire­ta­mente o gov­er­no, qual­quer retenção ou lentidão pas­sa a ser vista como supos­to alin­hamen­to políti­co.

O cenário se tor­na ain­da mais sen­sív­el quan­do se obser­va quem tra­bal­ha no gabi­nete do desem­bar­gador. Reportagem rev­el­ou que a esposa de Orleans Brandão, sobrin­ho do gov­er­nador Car­los Brandão, está lota­da como asses­so­ra dire­ta de Raimun­do Bar­ros. A mes­ma matéria apon­ta que o gabi­nete pode ter sido a supos­ta origem do vaza­men­to de infor­mações sig­ilosas rela­cionadas a uma inves­ti­gação sob a própria rela­to­ria do mag­istra­do. São fatos que reforçam a per­cepção de prox­im­i­dade políti­ca e de supos­ta influên­cia dire­ta do núcleo gov­ernista.

O con­jun­to dess­es ele­men­tos desen­ha um quadro claro: uma decisão que atinge a oposição; um proces­so que não anda após a neg­a­ti­va; um gabi­nete com vín­cu­los famil­iares e políti­cos com o grupo que coman­da o Exec­u­ti­vo estad­ual. E, em meio a tudo isso, Raimun­do Bar­ros ten­ta se via­bi­lizar como can­dida­to à Cor­rege­do­ria-Ger­al do Tri­bunal de Justiça órgão respon­sáv­el por fis­calizar con­du­tas, garan­tir isono­mia e preser­var a inde­pendên­cia do Judi­ciário.

A per­gun­ta que per­manece é sim­ples: como alguém vis­to como tão próx­i­mo do gov­er­no pode pre­tender coman­dar a Cor­rege­do­ria com a cred­i­bil­i­dade que o car­go exige? O Tri­bunal de Justiça pre­cisa de inde­pendên­cia, transparên­cia e firmeza. Pre­cisa de alguém capaz de atu­ar com total dis­tân­cia do poder políti­co, o supos­to “apar­el­hamen­to” de uma corte ou trata­ti­vas judi­ci­ais sem a transparên­cia , causam dúvi­das sobre a impar­cial­i­dade  que deve regar as estân­cias de justiça.

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Pelas cir­cun­stân­cias rev­e­ladas até aqui, Raimun­do Bar­ros aca­ba sendo perce­bido muito mais como o supos­to “desem­bar­gador do gov­er­no” do que como o mag­istra­do inde­pen­dente que a Cor­rege­do­ria-Ger­al neces­si­ta.

Em tem­po : este blog é regi­do  pela impar­cial­i­dade que o jor­nal­is­mo deve ter , por isso está aber­to a even­tu­ais respostas se o desem­bar­gador quis­er se man­i­fes­tar.

 

Em tem­po ; como for­ma inde­pen­dente de jor­nal­is­mo impar­cial  , respei­tan­do sem­pre a democ­ra­cia , esse blog está aber­to caso o desem­bar­gador queira se man­i­fes­tar.

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