Escolas de samba e blocos tradicionais querem mudar o dia dos desfiles, pois o carnaval tradicional do Maranhão está sendo desvalorizado por parte da prefeitura
A presença de artistas nacionais na programação oficial do Carnaval de São Luís tem gerado insatisfação entre as escolas de samba e blocos tradicionais da cidade. Alegando dificuldade para atrair o público diante da concorrência com grandes shows, a Liga das Escolas de Samba de São Luís (Liesma) e outras entidades culturais pediram à Prefeitura o adiamento dos desfiles para os dias 7, 8 e 9 de março de 2025, após o período oficial do Carnaval.
Itamilson Lima, presidente da Liesma, lamentou a situação. “É muito triste ver o Carnaval tradicional da cidade perder espaço. Não é o que queremos, mas precisamos admitir que o público está sendo atraído para os grandes eventos de artistas de fora, enquanto a cultura local é deixada de lado”, afirmou. A medida, que já foi adotada em 2024 devido ao atraso nos repasses de verba, agora é vista como uma forma de preservar a identidade cultural ludovicense.
A mudança, no entanto, não foi unânime. Das escolas consultadas, apenas Marambaia e Flor do Samba se posicionaram contra a alteração, mas o restante das agremiações apoia a proposta como uma tentativa de garantir a sobrevivência dos desfiles. A disputa por atenção e recursos financeiros com os eventos de grande porte, segundo representantes culturais, prejudica diretamente a valorização da tradição e o trabalho das comunidades envolvidas.
Para muitos, a polêmica expõe uma questão maior: a falta de prioridade da Prefeitura na preservação e valorização do patrimônio cultural de São Luís. A concentração de recursos e atenção em atrações nacionais levanta questionamentos sobre o papel do poder público na manutenção da identidade cultural da capital maranhense.