Ofício protocolado após denúncia publicada no blog do Filipe Mota, questiona contratos da Lei de Incentivo e pede dados sobre vínculos com servidores e situação das prestações de contas
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Um ofício assinado pelo deputado Othelino Neto (nº 38/2025) acendeu um alerta sobre a gestão de recursos públicos na Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (SECMA). O documento, endereçado ao secretário Yuri Arruda, solicita acesso a uma ampla gama de informações sobre contratos, repasses e projetos culturais financiados via Lei de Incentivo à Cultura. O pedido, fundamentado na Lei de Acesso à Informação, tem como foco oito empresas específicas do setor cultural e foi motivado por uma matéria publicada no blog do jornalista Filipe Mota, que revelou indícios de favorecimento e repasses milionários a determinadas produtoras.
O requerimento é detalhado e abrange desde os dados cadastrais das empresas até a situação de cada projeto aprovado. Um dos pontos mais delicados é a exigência de que a SECMA informe “eventuais vínculos das empresas com servidores públicos estaduais”. Esse item alimenta suspeitas de possíveis conflitos de interesse e favorecimento político na escolha dos projetos beneficiados. Além disso, o pedido de cópias de auditorias internas e relatórios da CGE e do TCE-MA indica que os parlamentares buscam elementos que possam comprovar irregularidades já detectadas em órgãos de controle.
Entre as empresas citadas estão Y98 Produções, M2G Produções & Eventos LTDA e Garmel Produções, que agora passam a ser alvo direto da fiscalização parlamentar. O documento exige a relação completa de todos os contratos, valores aprovados e pagamentos realizados entre janeiro de 2023 e outubro de 2025, além do status das prestações de contas, incluindo possíveis glosas ou devoluções. A apuração desses dados poderá revelar um quadro mais amplo de uso indevido de verbas públicas ou, por outro lado, confirmar a regularidade dos repasses.
A resposta da Secretaria de Cultura será determinante para o desdobramento do caso. A amplitude das informações requeridas e o impacto político do tema tornam a situação sensível. Caso haja demora, omissão ou negativa de informações, deputados já cogitam instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos e a execução da Lei de Incentivo diretamente na Assembleia Legislativa , veja o pedido AQUI