Sob o sol de um Maranhão em obras, o governador Carlos Brandão (PSB) resolveu silenciar o burburinho das urnas. Em entrevista à TV Mirante, ele cravou: “Eleição só em 2026”. Enquanto os alicerces do estado se moldam entre asfaltos e escolas, Brandão prefere manter a política onde ela sempre esteve — nos bastidores. “Tem tanta cobrança técnica que eu prefiro ficar até o fim do ano cuidando da gestão”, justificou.
Mas o silêncio oficial não impede o sussurro dos corredores. Sebastião Madeira, secretário-chefe da Casa Civil e peça-chave no xadrez palaciano, soltou uma peça no tabuleiro durante entrevista à rádio O Imparcial: Felipe Camarão, atual vice-governador, pode ser o herdeiro político do grupo em 2026. Um gesto, talvez involuntário, que fez ecoar o nome do petista nas rodas de análise.
Brandão, segundo fontes próximas, cogita deixar o cargo em abril de 2026 para buscar uma cadeira no Senado. O gesto abriria espaço para Camarão, numa transição simbólica e estratégica. Madeira, ao ventilar essa hipótese, joga luz sobre o que pode ser mais que uma especulação: a semente de uma sucessão alinhada, pensada nos detalhes.
Por ora, o governador segue sua trilha de gestor, com o apoio irrestrito de seu vice Felipe Camarão. Entre obras e promessas, ele caminha com os pés no presente e os olhos semicerrados para o futuro. E como em toda boa trama política, as palavras ditas em público muitas vezes são as menos reveladoras. Porque, no Maranhão, até o silêncio tem discurso.