Deu no Estadão: governo do Maranhão apagou registros de acordo com entidade suspeita de fraudar o INSS

Após matéria pub­li­ca­da no Blog do Fil­ipe Mota rev­e­lando detal­h­es da parce­ria entre o gov­er­no do Maran­hão e a Conafer, o caso gan­hou reper­cussão nacional e foi destaque na Col­u­na do Estadão nes­ta quar­ta-feira (8). A reportagem mostrou que a gestão Car­los Brandão (PSB) assi­nou um acor­do com a Con­fed­er­ação Nacional dos Agricul­tores Famil­iares e Empreende­dores Famil­iares Rurais do Brasil — enti­dade inves­ti­ga­da por fraudes no INSS — e, pos­te­ri­or­mente, apagou do ar todas as notí­cias ofi­ci­ais que men­cionavam a parce­ria.

O acor­do, fir­ma­do em março de 2024, fazia parte do pro­gra­ma “Mais Pre­v­idên­cia” e pre­via que a Conafer ori­en­tasse pequenos agricul­tores e quilom­bo­las maran­hens­es no aces­so a bene­fí­cios prev­i­den­ciários, como aposen­ta­do­rias e pen­sões. A parce­ria foi assi­na­da pelo pres­i­dente da Conafer, Car­los Rober­to Fer­reira Lopes, e pelo então pres­i­dente do Insti­tu­to de Col­o­niza­ção e Ter­ras do Maran­hão (Iter­ma), Ander­son Pires. Um mês antes da for­mal­iza­ção, o próprio gov­er­nador Car­los Brandão vis­i­tou a sede da enti­dade, em Brasília.

Segun­do o Estadão, a Conafer é hoje uma das prin­ci­pais sus­peitas de envolvi­men­to em fraudes no INSS, alvo de inves­ti­gações da CPI e de órgãos de con­t­role como a CGU e o Coaf. De acor­do com a CGU, a con­fed­er­ação teve um salto de descon­tos em bene­fí­cios prev­i­den­ciários, pas­san­do de R$ 400 mil em 2019 para R$ 202 mil­hões em 2023. Já o Coaf iden­ti­fi­cou movi­men­tações finan­ceiras sus­peitas que somam quase R$ 800 mil­hões em três anos, incluin­do depósi­tos em espé­cie e paga­men­tos de bole­tos sem relação com a ativi­dade da enti­dade.

Entre as notí­cias dele­tadas do por­tal ofi­cial do gov­er­no do Maran­hão está uma que trata­va de out­ro acor­do entre o Esta­do e a Conafer, volta­do para o “mel­ho­ra­men­to genéti­co e aumen­to da pro­dução de capri­nos e ovi­nos”. A exclusão dos con­teú­dos ocor­reu após a reper­cussão das denún­cias envol­ven­do a con­fed­er­ação e a prisão do pres­i­dente da Conafer, deter­mi­na­da pela CPI do INSS, por fal­so teste­munho.

Em nota envi­a­da ao Estadão, o gov­er­no do Maran­hão afir­mou que o acor­do com a Conafer venceu em março de 2025 sem que as ativi­dades fos­sem exe­cu­tadas, ale­gan­do que a enti­dade não real­i­zou os treina­men­tos pre­vis­tos. A gestão Brandão disse ain­da que “zela pela rep­utação do Exec­u­ti­vo estad­ual” e que “todas as trata­ti­vas estão sus­pen­sas” enquan­to as inves­ti­gações con­tin­u­am , veja a reportagem estadao.com.br-Fraude no INSS Maran­hão assi­nou acor­do com Conafer e apagou reg­istros de seu site