Deu na VEJA : Esquenta a briga no Maranhão entre o governador e o grupo de Flávio Dino

Deu na VEJA : Esquenta a briga no Maranhão entre o governador e o grupo de Flávio Dino

Mes­mo no STF, ele ain­da é uma força muito pre­sente na políti­ca local

Até 2015, o Maran­hão era ter­ra da família Sar­ney. A hege­mo­nia do clã foi des­ban­ca­da pela ascen­são de Flávio Dino, que gov­ernou o esta­do por dois mandatos. Na cam­pan­ha eleitoral de 2022, deixou o car­go para con­cor­rer ao sena­do (acabou sendo vito­rioso), e o vice Car­los Brandão (PSB), que assum­iu em seu lugar, venceu no mes­mo ano o pleito estad­ual, sem­pre com apoio de Dino. Mes­mo depois de ocu­par uma cadeira no Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al, ele con­tin­ua sendo uma força pre­sente na políti­ca local, que vive ago­ra um cli­ma de con­fli­to dev­i­do ao racha entre os dois ex-ali­a­dos. Os apoiadores do min­istro, os “din­istas”, vivem ago­ra em pé de guer­ra com os ali­a­dos do gov­er­nador, os “bran­don­istas”. A cisão tem cau­sa­do reflex­os nos Poderes Exec­u­ti­vo, Leg­isla­ti­vo e Judi­ciário, além do Tri­bunal de Con­tas, e podem influ­en­ciar na eleição de 2026 no esta­do.
Novos capí­tu­los ocor­ri­dos na sem­ana pas­sa­da ele­varam o tom da cizâ­nia. Com uma cane­ta­da no STE, Dino sus­pendeu o proces­so de escol­ha de um mem­bro do Tri­bunal de Con­tas do Esta­do por con­sid­er­ar que fal­tavam clareza e regras
“con­sti­tu­cionais, seguras e estáveis”.
Quem pleit­eia a vaga é um advo­ga­do indi­ca­do por Brandão. Foi a segun­da vez que o min­istro sus­pendeu a mes­ma indi­cação. Em março de 2024, ele con­cedeu lim­i­nar para sus­pender o proces­so e, des­de então, a vaga não foi preenchi­da. Antes dis­so, o mes­mo advo­ga­do havia sido indi­ca­do por Brandão para uma vaga de desem­bar­gador. Des­ta vez, no entan­to, o veto foi do próprio TJ do Maran­hão.
Esquen­ta a briga no Maran­hão entre o gov­er­nador e o grupo de Flávio Dino
Mes­mo no STF, ele ain­da é uma força muito pre­sente na políti­ca local
Até 2015, o Maran­hão era ter­ra da família Sar­ney. A hege­mo­nia do clã foi des­ban­ca­da pela ascen­são de Flávio Dino, que gov­ernou o esta­do por dois mandatos. Na cam­pan­ha eleitoral de 2022, deixou o car­go…

Até 2015, o Maran­hão era ter­ra da família Sar­ney. A hege­mo­nia do clã foi des­ban­ca­da pela ascen­são de Flávio Dino, que gov­ernou o esta­do por dois mandatos. Na cam­pan­ha eleitoral de 2022, deixou o car­go para con­cor­rer ao sena­do (acabou sendo vito­rioso), e o vice Car­los Brandão (PSB), que assum­iu em seu lugar, venceu no mes­mo ano o pleito estad­ual, sem­pre com apoio de Dino. Mes­mo depois de ocu­par uma cadeira no Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al, ele con­tin­ua sendo uma força pre­sente na políti­ca local, que vive ago­ra um cli­ma de con­fli­to dev­i­do ao racha entre os dois ex-ali­a­dos. Os apoiadores do min­istro, os “din­istas”, vivem ago­ra em pé de guer­ra com os ali­a­dos do gov­er­nador, os “bran­don­istas”. A cisão tem cau­sa­do reflex­os nos Poderes Exec­u­ti­vo, Leg­isla­ti­vo e Judi­ciário, além do Tri­bunal de Con­tas, e podem influ­en­ciar na eleição de 2026 no esta­do.
Novos capí­tu­los ocor­ri­dos na sem­ana pas­sa­da ele­varam o tom da cizâ­nia. Com uma cane­ta­da no STE, Dino sus­pendeu o proces­so de escol­ha de um mem­bro do Tri­bunal de Con­tas do Esta­do por con­sid­er­ar que fal­tavam clareza e regras
“con­sti­tu­cionais, seguras e estáveis”.
Quem pleit­eia a vaga é um advo­ga­do indi­ca­do por Brandão. Foi a segun­da vez que o min­istro sus­pendeu a mes­ma indi­cação. Em março de 2024, ele con­cedeu lim­i­nar para sus­pender o proces­so e, des­de então, a vaga não foi preenchi­da. Antes dis­so, o mes­mo advo­ga­do havia sido indi­ca­do por Brandão para uma vaga de desem­bar­gador. Des­ta vez, no entan­to, o veto foi do próprio TJ do Maran­hão.
Ali­a­dos de Brandão veem influên­cia de Dino em out­ras decisões de min­istros do Supre­mo, como Alexan­dre de Moraes e Dias Tof­foli, sobre proces­sos no Maran­hão. Em dezem­bro pas­sa­do, Dias Tof­foli sus­pendeu regra que esta­b­ele­cia foro priv­i­le­gia­do para dire­tores da Assem­bleia Leg­isla­ti­va do esta­do — pre­rrog­a­ti­va que ben­e­fi­ci­a­va o irmão do gov­er­nador, Mar­cus Brandão. No mes­mo mês, Moraes sus­pendeu a nomeação de Mar­cus para o car­go de dire­tor de Relações Insti­tu­cionais da Assem­bleia. Dias depois da decisão, o gov­er­nador nomeou o irmão como secretário extra­ordinário de Assun­tos Leg­isla­tivos do esta­do. E Moraes deu nova decisão proibindo a nomeação de Mar­cus para car­go públi­co em qual­quer um dos Três Poderes do esta­do, sob o argu­men­to de que se tra­ta de nepo­tismo cruza­do. Todos os proces­sos têm algo em comum: foram movi­dos pelo sol­i­dariedade, que uti­li­zou sua
pre­rrog­a­ti­va con­sti­tu­cional de encam­in­har os temas dire­ta­mente ao STF. No esta­do, a leg­en­da é pre­si­di­da por Flávia Alves, irmã do dep­uta­do estad­ual Oth­e­li­no Neto, que lid­era a oposição ao gov­er­no na A oposição ao gov­er­no na Assem­bleia.
Oth­e­li­no é casa­do com Ana Paula
Loba­to, senado­ra que her­dou o manda­to quan­do Dino foi para o Supre­mo.
O min­istro e o gov­er­nador eram ali­a­dos anti­gos. For­maram a mes­ma cha­pa em 2014, quan­do Dino foi eleito gov­er­nador e Brandão, vice. O racha entre os dois gru­pos, relatam ali­a­dos de ambos os lados, começou a par­tir do segun­do manda­to. Os “din­istas” dizem que o min­istro rompeu com o anti­go afil­ha­do depois que ele teria ini­ci­a­do um desmonte de políti­cas públi­cas de seu gov­er­no. “Brandão não cumpriu acor­dos”.
“, diz o dep­uta­do Oth­e­li­no Neto
Sol­i­dariedade). Além dis­so „ acusam (
gov­er­nador de faz­er uma série de nomeações de par­entes para car­gos estratégi­cos no Exec­u­ti­vo estad­ual, no que chamam de uma reed­ição do modus operan­di ado­ta­do pela família Sar­ney.
Os adver­sários mapear­am ao menos quinze nomeações de par­entes na gestão de Brandão — parte delas foi sus­pen­sa por decisão de Moraes.
Já os bran­don­istas afir­mam que Dino quer man­ter a influên­cia sobre o gov­er­no do Maran­hão e tem se inco­moda­do com a sub­sti­tu­ição de seus ali­a­dos em car­gos rel­e­vantes do
Exec­u­ti­vo estad­ual. “Dino não quer que Brandão ten­ha voo próprio”, afir­ma o dep­uta­do Dr. Yglé­sio (PRTB). No âmbito da Justiça local, o gov­er­nador tem ampli­a­do seu poder na corte que jul­ga as con­tas do Poder Exec­u­ti­vo. O atu­al pres­i­dente do TCE-MA é Daniel Brandão, sobrin­ho do gov­er­nador. Ele poderá indicar out­ros três nomes para a corte — todas as vagas foram aber­tas após ante­ci­pação de aposen­ta­do­ria dos tit­u­lares. Em oito anos, Dino indi­cou ape­nas um con­sel­heiro.
O racha tem poten­cial de influ­en­ciar a eleição em 2026. Pelo acor­do fir­ma­do quan­do “din­istas” e “bran­don­istas” andavam de mãos dadas, o gov­er­nador deixaria o car­go em abril do ano que vem para con­cor­rer ao Sena­do, num movi­men­to semel­hante ao que Dino fez em 2022. Assim, o vice, Felipe Camarão
(PT), que é lig­a­do a Dino e do mes­mo par­tido do pres­i­dente Lula, assumiria no lugar e ten­taria a reeleição. Brandão, no entan­to, já dá sinais de que pre­tende ficar no car­go até o final do ano, o que difi­cul­taria os planos do vice. Tudo indi­ca que a briga no Maran­hão só está começan­do.

Matéria da revista VEJA.

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