Vídeo:  Brandão pratica misoginia e escancara contradição: quando a suplência é de homem, vale; quando é de mulher, vira ataque

Vídeo: Brandão pratica misoginia e escancara contradição: quando a suplência é de homem, vale; quando é de mulher, vira ataque

 

O gov­er­nador do Maran­hão, Car­los Brandão, decid­iu mirar suas críti­cas na senado­ra Ana Paula Loba­to, classificando‑a como “sem votos” ao comen­tar a per­da da lid­er­ança do PSB no Sena­do. A frase, car­rega­da de despre­zo, não é ape­nas um comen­tário políti­co: é um gesto que traduz a vel­ha resistên­cia mas­culi­na con­tra a pre­sença fem­i­ni­na no poder. Ao ten­tar desle­git­i­mar a atu­ação de uma senado­ra, Brandão expôs o quan­to a políti­ca maran­hense ain­da abri­ga pos­turas machis­tas, onde a ascen­são de uma mul­her é trata­da como fru­to de “fal­ta de méri­to”, mes­mo quan­do segue o mes­mo rito legal e democráti­co que ben­efi­ciou tan­tos home­ns.

O mais irôni­co é que o próprio Brandão tril­hou cam­in­ho semel­hante. Vice por dois mandatos con­sec­u­tivos, assum­iu o coman­do do esta­do não por um pleito dire­to para gov­er­nador, mas pela renún­cia de Flávio Dino. Não hou­ve estran­hamen­to, ques­tion­a­men­to ou cha­co­ta sobre sua legit­im­i­dade. No entan­to, quan­do o mes­mo mecan­is­mo — pre­vis­to pela Con­sti­tu­ição — lev­ou Ana Paula Loba­to ao Sena­do, o gov­er­nador se apres­sou em usar o argu­men­to como arma políti­ca. A difer­ença? Gênero.

Esse episó­dio não é iso­la­do. Ele ecoa uma cul­tura políti­ca que, ao se deparar com mul­heres no coman­do, bus­ca reduzi-las a “interi­nas”, “impro­visadas” ou “sem votos”, igno­ran­do que a suplên­cia é tão legí­ti­ma quan­to qual­quer out­ra via eleitoral. É um dis­cur­so que não ape­nas desre­spei­ta uma par­la­men­tar, mas mina o próprio princí­pio da rep­re­sen­ta­tivi­dade. A mul­her que chega ao poder car­rega, jun­to da respon­s­abil­i­dade do car­go, o peso de provar — todos os dias — que merece estar ali, algo que rara­mente é exigi­do de seus cole­gas home­ns.

Ain­da mais grave é o silên­cio ensur­de­ce­dor da ban­ca­da fem­i­ni­na da Assem­bleia Leg­isla­ti­va do Maran­hão. Mul­heres que já ocu­param as tri­bunas para denun­ciar machis­mo ago­ra se calam diante de um ataque tão dire­to con­tra uma cole­ga. Esse silên­cio não é neu­tro. Ele sinal­iza que, quan­do a mis­oginia parte de um ali­a­do políti­co, vale engolir seco. Mas engolir ofen­sa é legit­i­mar abu­so — e a políti­ca maran­hense não pre­cisa de cúm­plices silen­ciosas, pre­cisa de vozes firmes con­tra qual­quer ataque à dig­nidade fem­i­ni­na, ven­ha de onde vier, veja o vídeo:

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Toda a nos­sa sol­i­dariedade a senado­ra Ana Paula.

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