Valdênio Caminha joga responsabilidade em Brandão e expõe risco de improbidade no governo do Maranhão

Valdênio Caminha joga responsabilidade em Brandão e expõe risco de improbidade no governo do Maranhão

 

O Procu­rador-Ger­al do Maran­hão, Valdênio Nogueira Cam­in­ha, ten­tou jus­ti­ficar sua atu­ação afir­man­do que seus pare­ceres têm caráter mera­mente opina­ti­vo e que a respon­s­abil­i­dade final cabe ao gov­er­nador Car­los Brandão. Na práti­ca, essa argu­men­tação abre margem para uma inter­pre­tação ain­da mais grave: se Cam­in­ha não pode ser respon­s­abi­liza­do por suas opiniões téc­ni­cas, quem deve respon­der pelas decisões admin­is­tra­ti­vas e jurídi­cas é exclu­si­va­mente o chefe do Exec­u­ti­vo estad­ual. Nesse cenário, a respon­s­abil­i­dade recai dire­ta­mente sobre Brandão, poden­do con­fig­u­rar impro­bidade admin­is­tra­ti­va.

A polêmi­ca foi pau­ta de uma reunião nes­ta segun­da-feira (18), entre o pres­i­dente da OAB/MA, Kaio Sarai­va, e Valdênio Cam­in­ha, com a pre­sença de diri­gentes da insti­tu­ição, como Daniel Blume, Thi­a­go Diaz e Maria da Glória Aquino. Eles debat­er­am os efeitos da Medi­da Caute­lar na Recla­mação 69.486/MA, que deter­mi­nou o afas­ta­men­to do procu­rador por des­cumpri­men­to de decisão do STF. Doc­u­men­tos do proces­so rev­e­lam, no entan­to, que o pare­cer téc­ni­co de Cam­in­ha foi emi­ti­do antes da decisão judi­cial, lev­an­tan­do dúvi­das sobre a con­sistên­cia da medi­da.

 

Durante o encon­tro, a OAB/MA reit­er­ou que o afas­ta­men­to afronta o arti­go 133 da Con­sti­tu­ição Fed­er­al, que garante a invi­o­la­bil­i­dade dos advo­ga­dos no exer­cí­cio da profis­são. “Crim­i­nalizar um pare­cer téc­ni­co e opina­ti­vo é um grave prece­dente que ameaça o livre exer­cí­cio da advo­ca­cia”, afir­mou Kaio Sarai­va. A enti­dade se com­pro­m­e­teu a acom­pan­har o caso e a ado­tar medi­das para pro­te­ger as pre­rrog­a­ti­vas da advo­ca­cia públi­ca no Maran­hão.

Ape­sar da defe­sa insti­tu­cional, o des­gaste políti­co se inten­si­fi­cou. O min­istro Alexan­dre de Moraes, do STF, afas­tou Valdênio Cam­in­ha sob a acusação de des­cumpri­men­to de ordem judi­cial e sus­pei­ta de nepo­tismo cruza­do, envol­ven­do inclu­sive a nomeação do fil­ho do procu­rador na EMAP. Moraes tam­bém adver­tiu o gov­er­nador Brandão de que poderá ser respon­s­abi­liza­do por impro­bidade admin­is­tra­ti­va.

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