STF forma maioria para tornar réus deputados do PL por suposto desvio de emendas

STF forma maioria para tornar réus deputados do PL por suposto desvio de emendas

Votaram pelo rece­bi­men­to da denún­cia o rela­tor, min­istro Cris­tiano Zanin, min­istro Alexan­dre de Moraes e min­is­tra Cár­men Lúcia

A Primeira Tur­ma do STF (Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al) for­mou maio­r­ia para tornar réus três dep­uta­dos do PL denun­ci­a­dos por supos­tos desvios de din­heiro de emen­das par­la­mentares. Segun­do as inves­ti­gações, havia um supos­to esque­ma de ven­da de emen­das par­la­mentares indi­cadas pelos dep­uta­dos fed­erais Josi­mar Maran­hãoz­in­ho (PL-MA), Pas­tor Gil (PL-MA) e Bosco Cos­ta (PL-SE) na cidade de São José Riba­mar, no Maran­hão.

Na denún­cia, a PGR (Procu­rado­ria-Ger­al da Repúbli­ca) afir­mou que exis­tem “ele­men­tos indi­cadores da existên­cia de uma ver­dadeira orga­ni­za­ção crim­i­nosa volta­da para a com­pra de emen­das par­la­mentares des­ti­nadas às ações de saúde nos municí­pios maran­hens­es”.

Votaram pelo rece­bi­men­to da denún­cia o rela­tor, min­istro Cris­tiano Zanin, min­istro Alexan­dre de Moraes e min­is­tra Cár­men Lúcia. Os min­istros Flávio Dino e Luiz Fux ain­da não apre­sen­taram seus votos. O jul­ga­men­to ocorre na modal­i­dade vir­tu­al, quan­do os min­istros não dis­cutem, ape­nas apre­sen­tam seus votos. A análise acon­tece até o dia 11 de março.

A inves­ti­gação começou em novem­bro de 2020, quan­do o então prefeito da cidade Eudes Sam­paio denun­ciou o supos­to esque­ma. Con­forme a inves­ti­gação, a orga­ni­za­ção exi­gia a devolução de 25% das emen­das que eram envi­adas ao municí­pio. Os recur­sos eram des­ti­na­dos a obras na área da saúde.
Além dos dep­uta­dos, o grupo con­ta­va com a par­tic­i­pação de lobis­tas e de um agio­ta. Os paga­men­tos dev­e­ri­am ser real­iza­dos por gestores públi­cos, a exem­p­lo dos prefeitos.

O supos­to esque­ma fun­ciona­va da seguinte for­ma: agio­tas emprestavam din­heiro aos par­la­mentares, que indi­cavam emen­das às prefeituras. Depois, os agio­tas cobravam dos prefeitos a devolução do val­or que tin­ha sido empresta­do.
A inves­ti­gação mira três emen­das que, jun­tas, chegam a R$ 6,7 mil­hões. Do val­or, con­forme a PF, R$ 1,6 mil­hão foram exigi­dos do prefeito como con­tra­parti­da pelo grupo crim­i­noso.

Enten­da o papel de cada um no grupo:

Dep­uta­do Josi­mar Maran­hãoz­in­ho: apon­ta­do como líder do grupo. Usa­va suas habil­i­dades, con­forme a PF, de cap­tação, des­ti­nação e desvio de emen­das par­la­mentares e estru­tu­ra opera­cional para exi­gir a devolução de parte dos recur­sos fed­erais (ori­un­dos dessas emen­das) em bene­fí­cio da orga­ni­za­ção;
Dep­uta­do Pas­tor Gil: inte­gra­va o núcleo políti­co da orga­ni­za­ção. Usa­va o esque­ma para desviar parte do val­or dos recur­sos fed­erais decor­rentes de emen­das par­la­mentares de sua auto­ria, além de ter papel ati­vo na nego­ci­ação com prefeitos acer­ca da devolução de parte das ver­bas encam­in­hadas;
Ex-dep­uta­do Bosco Cos­ta: tam­bém fazia parte do núcleo políti­co do grupo. Desvi­a­va parte do val­or dos recur­sos fed­erais decor­rentes de emen­das par­la­mentares de sua auto­ria, além de nego­ciar dire­ta­mente com os lobis­tas a cap­tação e o desvio das emen­das.
Entre as provas cole­tadas pelos inves­ti­gadores estão con­ver­sas onde os dep­uta­dos men­cionam reuniões feitas para cobrar paga­men­to de comis­sões, além da orga­ni­za­ção de agen­das com autori­dades do gov­er­no do ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro (PL).

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