Segundo fontes palacianas, o governador Carlos Brandão já teria um plano B em andamento caso o presidente Lula não declare apoio ao seu projeto familiar de poder, que inclui a sucessão do governo estadual nas mãos do seu sobrinho. Nos bastidores, há a convicção de que Brandão condiciona a manutenção da aliança com o Planalto à adesão explícita ao chamado “oligarquia familiar”, como vem sendo apelidado o grupo familiar que domina o Palácio dos Leões.
O governo de Brandão, embora formalmente alinhado ao PT, é sustentado por nomes do bolsonarismo maranhense como Mical Damasceno, Yglésio Moyses e, agora, também pelo deputado federal Aluísio Mendes — um dos aliados mais fiéis de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. As conversas com a ala da extrema direita já estariam avançadas e incluem articulações com deputados federais que orbitam fora da base lulista.
Enquanto o Planalto hesita, o bolsonarismo cresce no Maranhão, encontrando terreno fértil em um governo que caminha em direção oposta ao que prega o campo progressista. Brandão, cada vez mais visto como um “traidor político”, aposta alto num jogo que pode custar caro tanto para ele quanto para a governabilidade do Estado.
Apesar da tensão, Brandão aposta que as pesquisas indicam uma queda na popularidade de Lula no Maranhão e, por isso, estaria convencido de que pode sobreviver politicamente sem o apoio do presidente. O governador acredita que, com o uso da máquina estadual e o apoio de setores conservadores, conseguirá viabilizar a eleição do sobrinho mesmo rompendo com o PT.