PF prende assessora com R$ 400 mil a caminho da Assembleia e expõe esquema milionário de emendas na Cultura do Maranhão, entenda o caso

PF prende assessora com R$ 400 mil a caminho da Assembleia e expõe esquema milionário de emendas na Cultura do Maranhão, entenda o caso

 

A Polí­cia Fed­er­al do Maran­hão pren­deu em fla­grante, na man­hã des­ta sexta-feira(17), três pes­soas envolvi­das em um esque­ma de lavagem de din­heiro que movi­men­tou mais de R$ 2 mil­hões em recur­sos desvi­a­dos de emen­das par­la­mentares estad­u­ais. A oper­ação fla­grou a asses­so­ra par­la­men­tar Laris­sa Rezende San­tos com uma mochi­la con­tendo R$ 400 mil em espé­cie, quan­do ela se diri­gia à Assem­bleia Leg­isla­ti­va do Maran­hão (Ale­ma). Ao todo, foram apreen­di­dos R$ 419.350,00, além de doc­u­men­tos e com­pro­vantes de saques lig­a­dos a con­tas de asso­ci­ações cul­tur­ais de facha­da.

De acor­do com a Polí­cia Fed­er­al, o grupo uti­liza­va insti­tu­ições cul­tur­ais fan­tas­mas para lavar din­heiro prove­niente de emen­das da Sec­re­taria de Cul­tura do Maran­hão (SECMA). Os val­ores eram des­ti­na­dos a supos­tos pro­je­tos e even­tos cul­tur­ais que nun­ca foram real­iza­dos. Após o repasse ofi­cial, os respon­sáveis pelas enti­dades real­izavam saques fra­ciona­dos em espé­cie, sim­u­lan­do legal­i­dade, mas com o ver­dadeiro obje­ti­vo de resti­tuir o din­heiro a par­la­mentares e asses­sores envolvi­dos no esque­ma.

O aler­ta sobre as movi­men­tações atípi­cas foi emi­ti­do pelo COAF, por meio do Relatório de Inteligên­cia Finan­ceira nº 133747.2.1.2214, que iden­ti­fi­cou transações de R$ 2.369.399,00 entre 7 e 14 de out­ubro. O relatório indi­ca­va que as oper­ações envolver­am as enti­dades Asso­ci­ação Recre­ati­va e Benef­i­cente Fol­clóri­ca e Cul­tur­al de Mara­canã e a Com­pan­hia de Cul­tura Pop­u­lar Cata­ri­na Mina, ambas sem capaci­dade opera­cional para jus­ti­ficar taman­hos vol­umes em espé­cie. A PF con­sta­tou que uma dessas enti­dades sequer pos­suía sede físi­ca fun­cional.

Em um dos doc­u­men­tos apreen­di­dos, apare­cem os nomes de dep­uta­dos estad­u­ais que teri­am dire­ciona­do emen­das para essas insti­tu­ições: Cláu­dia Coutin­ho, G. Paz, Welling­ton, Cas­caria, Mar­reca, Hele­na Duailibe, Antônio Pereira e Arnal­do Melo. As ano­tações tam­bém citam o ex-dep­uta­do estad­ual Stênio Rezende, mari­do da dep­uta­da Andrea Rezende, como um dos autores das emen­das que abaste­ce­r­am as enti­dades cul­tur­ais usadas no esque­ma. A relação famil­iar entre Laris­sa Rezende, sobrin­ha do ex-par­la­men­tar e o casal Rezende é uma das prin­ci­pais lin­has de apu­ração da Polí­cia Fed­er­al.

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Nos basti­dores da Assem­bleia, gan­hou força o boa­to de que os R$ 400 mil apreen­di­dos seri­am des­ti­na­dos à dep­uta­da Hele­na Duailibe, já que a emen­da que orig­i­nou o repasse à Com­pan­hia de Cul­tura Pop­u­lar Cata­ri­na Mina par­tiu de seu gabi­nete. A dep­uta­da, no entan­to, negou vee­mente­mente qual­quer envolvi­men­to e afir­mou que o recur­so foi apli­ca­do de for­ma reg­u­lar. O episó­dio, con­tu­do, ger­ou uma revi­ra­vol­ta políti­ca, já que, por con­ta do par­entesco de Laris­sa com Stênio Rezende, a reper­cussão acabou resp­in­gan­do sobre a dep­uta­da Andrea Rezende, que ago­ra enfrenta forte pressão políti­ca e moral den­tro e fora da Ale­ma, veja a emen­da da dep­uta­da EMENDA DA DEPUTADA

Durante o inter­ro­gatório, Maria José de Lima Soares, uma das pre­sas, con­fes­sou ter repas­sa­do R$ 1,2 mil­hão à asses­so­ra Laris­sa Rezende. Segun­do ela, todo o din­heiro era prove­niente de emen­das par­la­mentares e parte seria des­ti­na­da a “entre­gar” val­ores den­tro da Assem­bleia Leg­isla­ti­va. A PF inves­ti­ga se o mon­tante seria usa­do para finan­cia­men­to políti­co ile­gal ou caixa dois eleitoral, hipótese que pode ampli­ar o escân­da­lo e atin­gir dire­ta­mente fig­uras do alto escalão da Ale­ma.

Os três pre­sos foram lev­a­dos à Super­in­tendên­cia Region­al da Polí­cia Fed­er­al no Maran­hão, onde foram autu­a­dos por lavagem de din­heiro e asso­ci­ação crim­i­nosa. No entan­to, os três foram lib­er­a­dos no final da tarde de ontem (18), após prestarem depoi­men­to e cumprirem os pro­ced­i­men­tos legais. As inves­ti­gações seguem em sig­i­lo, mas há indí­cios de que novas prisões e que­bras de sig­i­lo bancário e fis­cal pos­sam ocor­rer nos próx­i­mos dias. O caso lança luz sobre um esque­ma enraiza­do de cor­rupção na área cul­tur­al do gov­er­no estad­ual, expon­do como emen­das par­la­mentares têm sido trans­for­madas em fonte de enriquec­i­men­to ilíc­i­to e poder políti­co, veja o doc­u­men­to  de prisão em fla­grante Prisão em fla­grante

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Em tem­po: este blog vem há sem­anas denun­cian­do questões sus­peitas que tam­bém acon­tece na SECMA , incen­tivos , chama­men­to públi­cos , emen­das …

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