O Maranhão vive mais um episódio que escancara a sensação de “terra de ninguém” no cenário político. Pedro Lucas, Paulo Casé e até o sobrinho do governador protagonizaram um ato que, pela forma como foi conduzido, se encaixa claramente no que a legislação classifica como campanha eleitoral antecipada. O evento, apresentado como uma simples reunião, tinha todos os elementos de um comício camuflado, com direito a plateia uniformizada e até bonés padronizados, algo típico de eventos corporativos, não de encontros políticos pré eleitorais.
A condução do ato ficou nas mãos da vereadora Magnólia, no bairro da forquilha em São Luís , que transformou a reunião em um palco organizado para apresentar nomes já postos como pré candidatos a deputado federal, deputado estadual e até governo. Não se tratava de um encontro informal, tampouco de uma conversa política comum: havia discurso direcionado, exibição de potenciais candidatos e demonstração explícita de apoio, elementos que configuram a prática vedada antes do início oficial do período eleitoral, veja a foto de Paulo Casé na euforia do discurso de campanha :

A legislação eleitoral é clara ao proibir atos que caracterizem pedido explícito de voto ou que utilizem estrutura organizada para apresentar candidaturas antes da data permitida pelo calendário do TSE. Comícios disfarçados, uso de fardamentos, mobilização organizada e apresentação pública de candidatos são pontos que podem configurar crime eleitoral, especialmente quando envolvem agentes públicos ou figuras influentes que deveriam ser as primeiras a respeitar as normas.
O mais escandaloso, porém, é o silêncio absoluto dos órgãos fiscalizadores, aqueles que deveriam agir de imediato para coibir práticas ilegais no período pré eleitoral. Essa omissão gera a percepção de seletividade, favorecimento e desrespeito às regras que deveriam valer para todos, mas parece que no Maranhão só vale pra que não é alinhado ao governo Brandão.
