O embate judicial pela administração do Terminal Rodoviário de São Luís ganhou novos contornos após a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) rejeitar o recurso da Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico Ltda. (SINART), mantendo sua inabilitação no processo licitatório. Com isso, a RMC Comércio e Serviços Ltda., vencedora da Concorrência Pública nº 004/2017, exige a rescisão imediata do contrato da SINART e o reconhecimento do seu direito à gestão do terminal.
Licitação Controversa e Disputa Jurídica
A polêmica teve início em 2019, quando a SINART foi desclassificada da licitação por não cumprir exigências do edital sobre a subcontratação de micro e pequenas empresas. Apesar da inabilitação, a empresa conseguiu na Justiça decisões liminares favoráveis, que garantiram sua permanência no certame e a assinatura de um contrato provisório com a MOB – Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos.
Entretanto, em setembro de 2024, o TJMA, por maioria de votos, confirmou que a inabilitação da SINART era legítima, reforçando o princípio da vinculação ao edital. A decisão estabeleceu que a empresa baiana não poderia alegar nulidades retroativamente para se manter na concessão.
Embargos e Tentativas de Adiamento
Mesmo diante da derrota judicial, a SINART interpôs embargos de declaração, manobra que, segundo a RMC, tem o único objetivo de atrasar a execução da sentença e impedir a substituição da administração do terminal rodoviário. Nos bastidores, surgem especulações sobre eventuais pressões políticas e jurídicas para manter a empresa baiana no controle da rodoviária, mesmo após sua inabilitação definitiva.
Fontes ligadas às investigações sugerem que a reviravolta que permitiu a permanência da SINART por tanto tempo pode estar relacionada a um esquema de favorecimento dentro do Tribunal de Justiça do Maranhão. Segundo informações preliminares, um dos advogados da empresa estaria sob monitoramento eletrônico, o que levanta suspeitas sobre irregularidades na condução do caso.
MOB Ignora Decisão Judicial
Em 23 de outubro de 2024, a RMC encaminhou à MOB um pedido formal para a rescisão do contrato da SINART e a assinatura do novo contrato de concessão. O contrato da SINART previa a rescisão imediata em caso de confirmação de sua inabilitação judicial, o que já ocorreu.
No entanto, a MOB se recusou a cumprir a decisão sob o argumento de que o processo ainda não transitou em julgado. A posição da agência contraria o próprio contrato, que previa a rescisão automática após a decisão definitiva da tutela cautelar. A demora na execução da sentença tem gerado críticas e levantado questionamentos sobre possíveis interesses ocultos por trás da resistência da MOB em cumprir a determinação judicial.
Indícios de Irregularidades e Suspeitas de Corrupção
As suspeitas de favorecimento à SINART não param de crescer. Investigadores apuram supostas conexões entre a decisão judicial e um escritório de advocacia já mencionado em outros escândalos no TJMA. Nos bastidores, circulam rumores sobre possíveis negociações envolvendo valores financeiros e bens de luxo para garantir que a empresa baiana continue operando no terminal.
Em um episódio intrigante, um incêndio de uma lancha em um condomínio de alto padrão em Barreirinhas levantou suspeitas de que o caso pode estar relacionado ao esquema. Segundo fontes anônimas, o episódio pode ter ligação com pessoas envolvidas no processo judicial da licitação da rodoviária.
Pressão Popular e Investigação Federal
Diante do impasse e das crescentes denúncias, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estaria monitorando o caso, enquanto o Ministério Público e o MPF avaliam a abertura de uma investigação federal sobre possíveis irregularidades no processo licitatório e na concessão do terminal.
Servidores, permissionários da rodoviária e ex-funcionários da MOB aguardam para prestar depoimentos sobre as supostas irregularidades. Além disso, circulam informações de que uma nova empresa, supostamente ligada a familiares do atual governador, poderia assumir a administração do terminal, o que aumentaria ainda mais a tensão sobre a disputa.
A novela da gestão da Rodoviária de São Luís segue sem um desfecho claro, enquanto usuários e trabalhadores do terminal são diretamente afetados pela insegurança jurídica e pelas denúncias de bastidores. Nos próximos capítulos dessa polêmica, traremos mais detalhes sobre os interesses por trás dessa celeuma que envolve uma suspeita empresa de outro estado.