Mais um escândalo político abala o município de Bom Jardim. A Justiça do Maranhão, em ação movida pelo Ministério Público (MPMA), condenou vereadores e ex-parlamentares por desviarem mais de R$ 108 mil da Câmara Municipal e tentarem encobrir o crime com documentos falsos. A sentença foi publicada no dia 6 de setembro e prevê sanções severas contra os envolvidos.
Entre os condenados estão os vereadores Antônio Gomes da Silva, conhecido como Antônio Cesarino, e Márcio Sousa Pereira, além da ex-vereadora Ana Lídia Sousa Costa, esposa de Cesarino, do ex-vereador Manoel da Conceição Ferreira Filho, o Sinego, e do motorista Márcio Almeida da Silva. Segundo a Justiça, todos tiveram participação ativa no esquema de desvio.
O Ministério Público detalhou que o plano começou quando Ana Lídia assumiu interinamente a presidência da Câmara. Ela afastou o tesoureiro da época e nomeou alguém ligado ao marido. Em poucos dias, uma série de saques foi feita, retirando valores que somaram R$ 108.720,23 dos cofres públicos.
Para sustentar a farsa, os réus se mobilizaram para falsificar recibos de pagamento de salários, buscando moradores da cidade dispostos a assinar os papéis. A manobra foi desmascarada com depoimentos de testemunhas e a comprovação de que os documentos foram fabricados.
A decisão judicial determinou ressarcimento integral do valor desviado, suspensão dos direitos políticos dos envolvidos, pagamento de multas, indenizações por danos morais coletivos e perda de funções públicas, além da proibição de contratar com o poder público. Antônio Cesarino e sua esposa foram punidos com maior rigor, incluindo suspensão política por dez anos.
O caso expõe novamente o desgaste da classe política em Bom Jardim, que já foi palco de outros escândalos de corrupção. A condenação serve de alerta, mas também reforça a descrença da população em representantes que deveriam zelar pelo interesse público, mas preferem transformar o cargo em fonte de enriquecimento ilícito.
