A recente transferência de Gilbson Cutrim Júnior, condenado pelo assassinato do empresário João Bosco, reacendeu um dos episódios mais controversos da política maranhense recente. O crime, ocorrido em agosto de 2022 na entrada do edifício Tech Office, em São Luís, voltou ao centro das atenções após indícios de que Daniel Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão, teria estado presente na cena do homicídio. Nos bastidores do Palácio dos Leões, cresce o temor de uma eventual delação premiada do réu, que pode expor nomes ligados ao alto escalão do governo estadual.
Diante da tensão provocada pelo caso, setores da oposição apontam que blogs e perfis alinhados ao Palácio passaram a atacar o vice-governador Felipe Camarão como forma de desviar o foco das investigações. Neste domingo (15), diversas páginas publicaram conteúdos que tentam, sem qualquer evidência concreta, associar Camarão ao crime. O movimento, no entanto, revela um erro estratégico: à época do assassinato, Felipe já não ocupava o cargo de secretário de Educação, tendo se licenciado em março de 2022 para disputar as eleições, e o pagamento à empresa da vítima foi realizado apenas em agosto — sob a responsabilidade da secretária Leuzinete Pereira, já na gestão Brandão.
O ataque à imagem de Camarão pode ter produzido o efeito oposto ao desejado, reacendendo suspeitas sobre o entorno do próprio governador. A principal delas diz respeito à figura de um homem careca presente na cena do crime era Daniel Brandão. Apesar dos questionamentos, ele nunca foi formalmente investigado e, pouco tempo depois, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, com foro privilegiado. O caso, somado à ausência de investigação robusta e à presença de um vereador da capital no local, levanta suspeitas de blindagem institucional, inclusive depoimentos ignorados no Maranhão podem ser confirmados.
Ao mirar no vice-governador, aliados do governo Brandão podem ter, inadvertidamente, chamado atenção para o que tentavam esconder. A tentativa de manipular a narrativa revela fragilidade e desperta na sociedade maranhense a exigência por respostas. Mais do que jogadas políticas, o caso João Bosco exige investigação séria, imparcial e transparente — inclusive sobre a possível participação de nomes com acesso direto ao poder e à máquina pública.
Veja o documento mostrando que na educação estava outra pessoa :
06 — Diário Oficial Nomeações Daniel Bradão e Leuzinete
O despero bate , o relógio anda acelerado ‚Tic-tac …