Em uma movimentação que passou quase despercebida, o ministro do STF, Flávio Dino, acolheu integralmente um pedido da presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA), Iracema Vale, e determinou a investigação de possíveis irregularidades na escolha de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA). O detalhe explosivo é que, no pedido, Iracema solicita que o governador Carlos Brandão também seja investigado e Dino não ignorou a solicitação.
A petição afirma que “o caminho constitucionalmente adequado é a rejeição imediata da petição de ingresso. Se houver elementos que configurem possível irregularidade, encaminhe-se – como manda a lei – para as instâncias competentes: Ministério Público ou autoridade policial.” O pedido agora vai à Polícia Federal, que terá 60 dias para concluir a apuração. O processo teve como base a ADI 7.780, e envolve suspeitas de “rito sigiloso” e compra de vagas com aposentadorias forçadas.
Segundo fontes próximas ao Palácio dos Leões, o movimento de Iracema não foi inocente. Integrantes do grupo político liderado por ela e pelo prefeito de Bacabal, Roberto Costa, estariam vislumbrando um rearranjo de poder no estado, de olho em 2026. A investigação contra Brandão pode ser o estopim de uma crise entre aliados que, até pouco tempo, posavam em harmonia, veja o trecho do pedido :

Agora, os olhos se voltam para a reação do governador. Será que Brandão engolirá em seco a “traição” política de Iracema, ou dará o troco nos bastidores? Uma coisa é certa: o racha na base aliada parece cada vez mais explícito e inevitável.