Um novo capítulo do caso Tech Office abalou o Maranhão nesta semana. Em vídeo revelador, Cesar Cutrim, pai do condenado Gilbson Júnior, acusa diretamente a família Brandão de arquitetar um suposto esquema de pagamento mensal para garantir o silêncio de seu filho sobre os reais envolvidos no assassinato do empresário João Bosco. Segundo ele, a “mensalidade” alcançava R$ 24 mil, bancada com recursos públicos e dividida entre a Assembleia Legislativa e a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
De acordo com o relato, os repasses eram travestidos de verbas publicitárias destinadas ao Jornal Itaqui Bacanga, de propriedade do próprio Cesar Cutrim. Os contratos, afirma ele, foram articulados supostamente por Marcus Brandão, irmão do governador. Do total, R$ 15 mil sairiam mensalmente da Assembleia por meio da Clara Comunicação, enquanto os R$ 9 mil restantes viriam da Emap, via CCA Comunicação e Propaganda.
Documentos obtidos por esta reportagem dão respaldo à denúncia. Pedidos de Inserção (PI) confirmam que a Clara Comunicação repassava recursos para o jornal. Já os supostos contratos envolvendo a Emap reforçam a tese da chamada “mensalidade do silêncio”, ainda que a estatal não tenha respondido aos questionamentos até o fechamento da matéria. Para Cesar Cutrim, a retirada posterior do Itaqui Bacanga da lista de veículos contemplados seria uma forma de retaliação por parte do grupo político.
O vídeo também aponta o dedo para além da esfera política. Lorena Cutrim, esposa de Gilbson Júnior, cita nominalmente o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Daniel Brandão, primo de Marcus. Ela afirma que o conselheiro teria mantido contato próximo com seu marido e até ligado para ele no dia do crime. A acusação amplia a crise, levando a suspeita para dentro do órgão que deveria zelar pela fiscalização dos recursos públicos.
Daniel Brandão, em nota, negou categoricamente qualquer envolvimento e classificou as declarações como uma tentativa de extorsão. Já a opinião pública se vê dividida entre acreditar na palavra de uma família que busca se defender diante de uma condenação e desconfiar de uma das famílias mais poderosas do Maranhão. Enquanto isso, a Assembleia e a Emap seguem em silêncio, alimentando ainda mais as dúvidas sobre a origem e a destinação desses recursos. Com o escândalo, a Alema entra definitivamente no radar da Polícia Federal, veja aqui as P. I. AQUI AQUI 2