Entenda por que o grupo Brandão quer barrar as investigações da PF: denúncia no STF expõe esquema bilionário e aparelhamento do Estado no Maranhão

Entenda por que o grupo Brandão quer barrar as investigações da PF: denúncia no STF expõe esquema bilionário e aparelhamento do Estado no Maranhão

 

Ape­sar da advo­ga­da Clara Alcân­tara não ter sido acei­ta como ami­cus curi­ae na ADI 7780, as denún­cias foram rece­bidas e serão apu­radas pela Corte Supre­ma

A ten­são cresce nos basti­dores do Palá­cio dos Leões. Fontes em Brasília e São Luís relatam que o grupo políti­co do gov­er­nador Car­los Brandão vive dias de medo e inse­gu­rança diante do avanço das inves­ti­gações da Polí­cia Fed­er­al já autor­izadas pelo Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF). A estraté­gia ago­ra seria ten­tar bar­rar os des­do­bra­men­tos da ADI 7780, que expõe um supos­to esque­ma de cor­rupção, lavagem de din­heiro e apar­el­hamen­to insti­tu­cional envol­ven­do o chefe do Exec­u­ti­vo maran­hense, sua família e ali­a­dos.

Segun­do a petição apre­sen­ta­da pela advo­ga­da Clara Alcân­tara Botel­ho Macha­do (OAB/MG 210.808), a família Brandão teria estru­tu­ra­do um ver­dadeiro império finan­ceiro para­le­lo, operan­do através de hold­ings como a MBBrandão Hold­ing, a JHBB Hold­ing e a Coa­gri Col­i­nas, que movi­men­ta­ram mais de R$ 1 bil­hão. Para inves­ti­gadores, a súbi­ta ascen­são pat­ri­mo­ni­al lev­an­ta sérias dúvi­das e jus­ti­fi­ca o apro­fun­da­men­to da devas­sa fed­er­al.

O doc­u­men­to ain­da apon­ta como figu­ra cen­tral do esque­ma o advo­ga­do Flávio Viní­cius Araújo Cos­ta, chama­do de “oper­ador jurídi­co” do gov­er­nador. Ele é acu­sa­do de artic­u­lar con­tratos mil­ionários sem lic­i­tação para seu escritório e de ser peça-chave no pro­je­to de cap­tura do Tri­bunal de Con­tas do Esta­do (TCE-MA), com a aposen­ta­do­ria pre­coce de con­sel­heiros e a indi­cação de nomes alin­hados ao gov­er­no. A denún­cia sus­ten­ta que o plano era con­sol­i­dar um TCE “domes­ti­ca­do”, garan­ti­n­do blindagem às manobras finan­ceiras.

O medo do grupo Brandão aumen­tou após a rev­e­lação de ten­ta­ti­vas de manip­u­lar tam­bém o Tri­bunal de Justiça do Maran­hão (TJ-MA), via OAB-MA, para alçar Flávio Cos­ta ao car­go de desem­bar­gador pelo Quin­to Con­sti­tu­cional. Emb­o­ra a manobra ten­ha fra­cas­sa­do, as provas anex­adas à petição reforçam a tese de coop­tação de insti­tu­ições democráti­cas. Esse pon­to, segun­do juris­tas, é um dos mais graves da acusação e pode levar a respon­s­abi­liza­ções por impro­bidade e até crime de respon­s­abil­i­dade.

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Out­ro eixo da denún­cia envolve con­tratos públi­cos sus­peitos e pos­síveis frentes de lavagem de din­heiro. Empre­sas como a Vigas Engen­haria, a Way Park e a Gás do Sertão apare­cem como ben­efi­ciárias de recur­sos que, em tese, estari­am sendo usa­dos para irri­gar o esque­ma. Relatórios finan­ceiros anex­a­dos à petição mostram oper­ações con­sid­er­adas incom­patíveis com a capaci­dade opera­cional das com­pan­hias. A Polí­cia Fed­er­al, já aciona­da, deve inves­ti­gar a fun­do essas transações.

A avali­ação em Brasília é de que a ADI 7780 pode se tornar um divi­sor de águas no Maran­hão. Se as inves­ti­gações forem apro­fun­dadas, o gov­er­no Brandão corre risco de colap­so políti­co, diante de indí­cios de um dos maiores casos de cap­tura de Esta­do já vis­tos no país. Enquan­to isso, no Palá­cio dos Leões, o cli­ma é de apreen­são. Nos basti­dores, ali­a­dos admitem: o que mais assus­ta não é o con­teú­do da denún­cia, mas o que a Polí­cia Fed­er­al pode encon­trar nas próx­i­mas fas­es da inves­ti­gação. As denún­cias já estão em fase de apu­ração pela PF, que tem o pra­zo de 60 dias para con­cluir as diligên­cias ini­ci­ais.

Ain­da tem o Caso do Tech Office , mais isso é out­ra história…

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