Deputados estaduais do Maranhão protocolaram uma ação popular contra o governador Carlos Brandão (PSB), exigindo a devolução de mais de R$ 1 milhão supostamente gastos em uma viagem a Paris, que teria coincidido com a celebração de seu aniversário, em 2 de junho. Segundo os parlamentares, o chefe do Executivo estadual usou como justificativa um evento da Organização Mundial de Saúde Animal, realizado de 25 a 29 de maio, mas cuja convocação era direcionada a técnicos da área agropecuária, e não a governadores.
A ação, assinada por Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCB) e Othelino Neto (Solidariedade), também responsabiliza três servidores estaduais, uma agência de turismo e o próprio Estado. Documentos revelam que Brandão se ausentou do Maranhão entre os dias 30 de maio e 7 de junho, período em que incluiu não apenas a agenda oficial, mas também compromissos pessoais. O pacote incluiu diárias de R$ 5.465,28 por assessor, passagens em classe executiva no valor de R$ 75 mil e até fretamento de jato particular por R$ 385 mil, usado para deslocamento entre São Luís, Brasília e Guarulhos, antes do embarque para a Europa.
Enquanto servidores foram obrigados a viajar em voos de R$ 2 mil na classe econômica, Brandão e a primeira-dama optaram pelo luxo. A diferença, segundo a denúncia, representa um abuso de recursos públicos e demonstra que a viagem teve mais caráter festivo do que institucional. Os deputados afirmam ainda que, nos principais encontros em Paris e Estocolmo, Brandão sequer foi mencionado pelo presidente Lula, o que reforçaria a irrelevância de sua presença nos eventos.
Para os autores da ação, o governador transformou uma “missão oficial” em uma festa de aniversário bancada com dinheiro público, um verdadeiro “regabofe de rodízio de picanha em plena Paris”. O processo pede a restituição imediata do valor de R$ 1.006.956,74 aos cofres do Maranhão e cobra responsabilização administrativa e civil dos envolvidos.
Enquanto isso a população do Maranhão que não tem direito a usar recursos públicos pra “regabofe”, sofre com o maior ICMS do Brasil.