Uma ação judicial movida pelo grupo opositor no Maranhão acusa a deputada estadual Iracema Vale Lima, seu filho Vinicius Vale Lima e o vereador Daniel Rocha Júnior de abuso de poder econômico e político. Segundo a denúncia, os investigados teriam usado mutirões de saúde — como cirurgias de catarata e exames médicos — como ferramenta eleitoral disfarçada, financiada com dinheiro público. O caso, que já tramita na Justiça Eleitoral, pode resultar em cassação de mandatos e inelegibilidade.
A ação alega que os eventos, batizados de “Vale Cuidar” e “Mutirão de Cirurgia de Catarata”, foram organizados para promover a pré-campanha de Vinicius Vale, que pretende concorrer a prefeito de Barreirinhas. Publicações em redes sociais, posteriormente apagadas, mostrariam o uso de slogans eleitorais durante os atendimentos e pacientes sendo coagidos a agradecerem publicamente o político. A deputada Iracema, mãe de Vinicius, teria usado sua influência para viabilizar os mutirões.
O caso ganhou contornos mais graves quando vídeos vazados revelaram funcionários públicos vestindo camisetas com a marca “SOU BHS DE” — supostamente vinculada à campanha de Vinicius — durante os mutirões. Em um dos registros, pacientes são filmados agradecendo ao político após as cirurgias, sob o olhar atento de sua equipe de marketing. A defesa alega que os eventos eram “ações sociais legítimas”, mas a acusação sustenta que houve “aliciamento eleitoral escancarado”.
Enquanto apoiadores da deputada afirmam que as acusações são “perseguição política”, adversários exigem punição exemplar. “Isso é compra de votos com dinheiro público, uma distorção da democracia”, afirmou o presidente do partido autor da ação. Já o Ministério Público Eleitoral (MPE) avalia pedir a suspensão imediata dos envolvidos das eleições.
O caso deve reacender o debate sobre o uso de recursos públicos em campanhas eleitorais. Se comprovadas as irregularidades, a deputada Iracema Vale Lima pode perder o mandato, e seu filho, o direito de concorrer a cargos públicos por até oito anos. Enquanto a Justiça não se pronuncia, a população de Barreirinhas divide-se entre quem vê os mutirões como “ajuda humanitária” e quem enxerga “manipulação eleitoral”, veja a peça processual nesse link Mutirão pra comprar votos.
Em tempo : Esta matéria é baseada em documentos judiciais públicos e tem como objetivo informar sobre o caso. As acusações apesar de serem robustas ainda não foram julgadas.