A Assembleia Legislativa do Maranhão vive uma de suas maiores turbulências recentes após o deputado Fred Maia (PDT) disparar uma acusação explosiva contra o colega Júnior Cascaria (Podemos), afirmando que ele teria filmado o próprio voto na eleição que manteve Iracema Vale (PSB) na presidência da Casa. A fala incendiária, feita em plenário durante um debate que quase terminou em agressão física, sacudiu a política do Médio Mearim e reverberou imediatamente no cenário estadual. “Todo mundo sabe disso. (…) Você votou no Othelino, depois votou na Iracema. E filmou o voto. Esse é seu perfil e todo o Médio Mearim sabe”, afirmou Fred Maia, acusação que caiu como uma bomba no centro do poder legislativo.
Diante da gravidade das declarações, o PCdoB correu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e protocolou um pedido dentro da ADI 7.756, sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. No documento, o partido diz que a fala de Maia traz indícios de possível controle indevido do voto dos parlamentares, algo que, se comprovado, comprometeria a legitimidade da eleição da Mesa Diretora e acenderia o alerta sobre práticas incompatíveis com a autonomia legislativa. O PCdoB solicitou ao STF a gravação integral da sessão de 12 de novembro, informações da Presidência da Alema sobre eventual apuração interna e a anexação de tudo aos autos da ação que discute a reeleição consecutiva no comando da Casa.
O episódio escancarou fissuras profundas dentro do Legislativo e colocou a Alema sob os holofotes nacionais. A denúncia de Fred Maia mostra que a eleição da ALEMA foi a base de pressão e ameaça sem espontaneidade que rege o rito de escolha da mesa diretora.
