Nos últimos dias, ganharam repercussão nas redes sociais boatos e postagens que apontam a existência de uma suposta investigação contra o vice-governador Felipe Camarão, em tramitação no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), sob a relatoria do desembargador Raimundo Barros. A divulgação da notícia, verdadeira ou não, é grave em qualquer aspecto, tanto pelo potencial impacto político quanto pelo questionamento sobre a lisura do Judiciário.
Caso realmente exista algum processo ou investigação contra Camarão, é imprescindível que ele seja conduzido dentro da legalidade, respeitando o sigilo processual e o devido processo. O vazamento de informações de uma investigação sigilosa configuraria crime, sobretudo diante da proximidade do período eleitoral. O episódio se torna ainda mais delicado diante da revelação de que a assessora do gabinete de Raimundo Barros é a esposa do sobrinho do governador Carlos Brandão, pré-candidato ao governo e adversário direto de Camarão.

Esse detalhe reforça as suspeitas de aparelhamento político do Judiciário, uma vez que a relação familiar pode alimentar especulações sobre vazamento de informações estratégicas com finalidade eleitoral. Em paralelo, se a notícia sobre a investigação for falsa, o caso se torna igualmente grave, já que a propagação de Fake News também configura crime, inclusive de natureza eleitoral.

Para além das acusações e suspeitas, chama a atenção o fato de que a notícia foi celebrada em um grupo fechado de WhatsApp de apoio ao sobrinho do governador. A possível instrumentalização do Judiciário em benefício político é um ponto que não pode ser ignorado. Cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao próprio Tribunal de Justiça do Maranhão investigar com rigor o episódio, de modo a preservar a credibilidade das instituições e coibir práticas que possam comprometer a democracia.
O blog reforça que está aberto ao desembargador Raimundo Barros, citado nesta matéria, caso queira se manifestar sobre o caso e apresentar sua versão dos fatos, em respeito ao princípio do contraditório e ao direito de resposta.