Felipe Camarão e outros prováveis candidatos ao Governo do Estado em 2026: Weverton Rocha, Hilton Gonçalo, Lahesio Bonfim, Roberto Rocha e Eduardo Braide
Conversas informais, abertas, fora do frisson carnavalesco e sem levar em conta o que pode resultar das eleições municipais, têm levado a Coluna a uma conclusão sólida: até aqui, o candidato mais forte para suceder a Carlos Brandão (PSB) no Governo do Estado é mesmo o vice-governador Felipe Camarão (PT). Há no ambiente político maranhense alguns nomes que podem se candidatar, mas nenhum com a visão técnica e a consistência política do atual vice-governador. Jovem, com sólida formação e larga experiência, o advogado, procurador federal concursado e professor universitário Felipe Camarão, que é secretário de Estado da Educação há oito anos, tem demonstrado talento no trato com o poder e vai aos poucos conquistando o PT, já ocupando espaço expressivo no partido. Tem a cara da geração de políticos bem-sucedidos da efêmera e inovadora “Era Flávio Dino”. Sua virtual candidatura em 2026 tem hoje o aval quase total da base governista.
E o que está ainda se pondo como contrapeso no outro prato da balança da disputa? O principal quadro em evidência é o senador Weverton Rocha (PDT), que ficou em terceiro lugar na corrida de 2022, sinalizou que entraria na briga em 2026, mas que de uns tempos para cá tirou o pé do acelerador e acabou se transformando numa grande incógnita, uma vez que, diante da robusta incerteza de sucesso na corrida aos Leões, pode optar por tentar renovar o mandato senatorial, só que disputando vaga com o governador Carlos Brandão (PSB), com o deputado federal André Fufuca (PP), atual ministro dos Esportes, e com a senadora Eliziane Gama (PSD), por exemplo. Com a experiência de quem já conheceu o céu e o inferno das urnas, o senador Weverton Rocha costura com cuidado o seu futuro.
Já auto lançado pré-candidato ao Palácio dos Leões, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza 33), um político experiente e bem-sucedido até onde conseguiu chegar, acreditado nas regiões em que atua politicamente, certamente tem na ponta do lápis o tamanho do seu desafio, estando, portanto, consciente das dificuldades que terá pela frente. Sua entrada nessa briga é politicamente saudável, porque oxigena o tabuleiro.
Num outro campo, por mais que cause controvérsias, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), está credenciado para entrar na disputa. Esse credenciamento foi conseguido com a segunda colocação na eleição de 2022, quando ficou em segundo lugar, deixando o senador Weverton Rocha para trás, mas sem sequer ameaçar o governador Carlos Brandão, que venceu em um só turno. Ele tem dito aos chefes do seu partido que é um candidato viável. No ambiente político em que transita, a direita radical, surgiu há alguns dias o rumor segundo o qual o ex-senador Roberto Rocha, bolsonarista convicto, estaria inclinado a disputar o Governo do Estado ou uma vaga no Senado, embora uma fonte a ele ligada suspeite que seu foco seja a Câmara Federal, o que, segundo avalia, seria mais lógico.
Uma garimpada na bancada federal não leva a nenhum nome com consistência além do senador Weverton Rocha. A senadora Eliziane Gama (PSD) não fez qualquer movimento nessa direção, mas é citada aqui e ali como possibilidade para vice de Felipe Camarão. A futura senadora Ana Paula Lobato (PSB) dificilmente se interessará pela empreitada, ainda que nada tenha a perder. Na representação maranhense na Câmara Federal, o nome mais cacifado é o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que aqui e ali ameaça se candidatar a governador ou a senador, mas de tanto ameaçar, poucos ainda acreditam que ele possa vir a ser candidato ao Governo. Depois dele, o perfil mais consistente é o da deputada federal Roseana Sarney (MDB), mas ela dificilmente entraria numa aventura já destinada a amargar mais uma derrota. Deputados federais como Rubens Jr. (PT), Márcio Jerry (PCdoB) e o atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), não trabalham com essa perspectiva, pelo menos por enquanto.
Entre prefeitos, a possibilidade mais visível é o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que nesse exato momento se movimenta com intensidade à frente do seu projeto de reeleição. Difícil incluir Eduardo Braide na corrida leonina de 2026, uma vez que, se for reeleito, ele estará exatamente no meio do segundo mandato, sendo pouco plausível a ideia de que ele venha a renunciar ao mandato para entrar nessa guerra, até porque será uma ação de elevadíssimo risco. Entre os deputados estaduais não há quadros com projeto dessa envergadura, embora aqui e ali venha à tona a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB).
Fora do meio político, não há na sociedade civil nenhum movimento na classe empresarial, no mundo acadêmico nem nas organizações sociais que possa ser interpretado como um ensaio de candidatura. O desenho do cenário em que deve se dar a sucessão no Governo do Estado não é fruto de pesquisa aprofundada nem conclusão de cientificismo político improvisado, mas de uma simples e cuidadosa avaliação das peças que começam a se movimentar mirando o Palácio dos Leões. E nele o vice-governador Felipe Camarão, apoiado pela aliança partidária governista, pelo governador Carlos Brandão e a bênçãos do Palácio do Planalto dificilmente errará o alvo em 2026.
*Artigo de Ribamar Corrêa / do blog Repórter Tempo