Como já adiantado por este blog, o governador Carlos Brandão resolveu escancarar de vez o viés bolsonarista da sua gestão ao articular Maura Jorge — ex-candidata de Bolsonaro ao governo em 2018 — como vice na chapa do seu sobrinho, Orleans Brandão. A aliança revela o caminho ideológico que o Palácio dos Leões resolveu trilhar, ainda que nos bastidores tente manter aparência de lealdade a Lula.

Maura Jorge foi agraciada por Jair Bolsonaro com cargo no governo federal em 2019, e desde então nunca escondeu sua fidelidade à extrema-direita. Ela foi indicada pelo então senador Roberto Rocha para comandar a FUNASA no Maranhão. Agora, seu retorno à cena estadual como vice de Orleans simboliza um pacto político entre Brandão e os grupos bolsonaristas do estado.
O recado é claro: o governo do Maranhão virou um puxadinho do bolsonarismo, sustentado pela máquina pública e travestido de “aliado” de Lula apenas para garantir migalhas federais. A presença de Maura Jorge na chapa não deixa dúvidas — Brandão governa com a direita, pela direita e para a direita.

Mesmo assim, Brandão segue tentando iludir o Planalto. Nos últimos dias, buscou interlocutores próximos de Lula para tentar reaproximação, mas, segundo fontes, o presidente já percebeu a duplicidade do governador e vem mantendo distância. A jogada pode custar caro ao grupo governista nas eleições e nas relações com Brasília.
Brandão escolheu Maura, escolheu seu sobrinho, o União Progressista e principalmente, escolheu Bolsonaro.