A nova recondução de Vinicius Ferro ao Conselho Fiscal da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) colocou o governador Carlos Brandão novamente no centro de uma grande polêmica. Ferro é marido da sobrinha do governador e, portanto, considerado parente por afinidade em terceiro grau, conforme estabelece a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal. A decisão ainda veio com um detalhe que levantou suspeitas entre juristas e políticos: o pagamento retroativo de 18 meses ou se estava pagando sem nomeação, o que reforça as acusações de favorecimento pessoal e crime de improbidade , veja a nomeação :

De acordo com advogados consultados, o vínculo por afinidade torna a nomeação incompatível com as normas que proíbem o nepotismo na administração pública. Caso a irregularidade seja confirmada, Brandão e o chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, podem responder por improbidade administrativa. Nos bastidores, a avaliação é que o governador Brandão decidiu enfrentar abertamente o STF , mesmo após já ter sido advertido em decisões anteriores.
Analistas políticos apontam que o gesto foi calculado para demonstrar força e enviar um recado direto a Brasília. “Brandão quis mostrar quem manda no Maranhão”, disse um observador experiente da política estadual. A atitude é vista como uma afronta ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, que no ano passado suspendeu diversas nomeações de parentes do governador por entender que configuravam nepotismo e até nepotismo cruzado.
Em novembro de 2024, Moraes determinou a suspensão de cinco nomeações de familiares de Brandão em órgãos e empresas públicas estaduais, após denúncia apresentada pelo partido Solidariedade. O ministro destacou na ocasião que o nepotismo fere a impessoalidade e o interesse público, além de representar uma prática imoral e contrária à ética institucional. Também lembrou que a Lei 14.230/2021 inclui expressamente o nepotismo entre os atos de improbidade administrativa.
Na mesma decisão, o ministro exigiu que o governador e a presidente da Assembleia Legislativa apresentassem informações sobre nomeações suspeitas, especialmente envolvendo parentes de deputados em cargos do Executivo.
