O escândalo que envolve o agora ex-auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Manoel Henrique Cardoso Pereira Lima, chocou o país e gerou revolta entre servidores públicos e cidadãos. Durante mais de uma década, ele manteve em sigilo a morte da própria mãe e utilizou uma cúmplice idosa para burlar o sistema de prova de vida, garantindo o recebimento indevido de aposentadoria e pensão que somavam cerca de R$ 32 mil mensais. A fraude, iniciada em 2011, só foi descoberta em 2022, após investigação interna do próprio TCU.
Para manter o esquema, Manoel Henrique chegou a levar uma mulher com aparência semelhante à da falecida mãe até uma agência bancária, onde ela se passou pela beneficiária. A ousadia do ato, somada à longa duração da fraude, chamou a atenção das autoridades, que determinaram a devolução de R$ 734 mil ao Tesouro Nacional, além de juros e multa de R$ 60 mil. Ao todo, o desfalque pode ultrapassar os R$ 3,9 milhões. Em abril de 2025, ele foi formalmente demitido após um processo administrativo disciplinar.
A decisão do TCU foi contundente ao afirmar que Manoel tinha total consciência da ilicitude de sua conduta e, mesmo assim, escolheu sustentar a farsa, omitindo o atestado de óbito da mãe e ludibriando os sistemas de controle por mais de uma década. A gravidade do caso reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade dos mecanismos de comprovação de vida de aposentados, além de expor fragilidades no controle interno dos próprios órgãos públicos.
Além dessa fraude, surgem indícios de que Manoel Henrique possa estar envolvido em outros esquemas criminosos, incluindo manipulações em vestibulares , concursos públicos e até judiciais no estado do Maranhão.