Aldenir Santana, o ex-prefeito de Urbano Santos, cidade que é reduto eleitoral de Iracema Vale, confirmou, por meio de nota de esclarecimento, ter se encontrado com o blogueiro responsável por divulgar prints que tentam atingir o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão. O encontro, descrito como “casual”, ocorreu no estacionamento de um supermercado em São Luís, mas o que mais chama atenção é que Aldenir sequer entrou no estabelecimento — ficou apenas no estacionamento e logo em seguida deixou o local.
Na tentativa de se justificar, Aldenir declarou: “De fato, frequento o Supermercado Mateus e, ali, não encontro apenas um jornalista, mas diversos conhecidos, com os quais sempre mantenho diálogo cordial — assim como recebo toda a imprensa maranhense, com educação e respeito, princípios que norteiam minha conduta”. E reforçou: “Eu, pessoalmente, entregarei meu celular sem qualquer preocupação! Se eu simplesmente estava no supermercado e, por acaso, encontrei o jornalista, quem, então, estava agindo furtivamente?”. A nota, no entanto, não convenceu e aumentou ainda mais os questionamentos sobre o real motivo do encontro.
O episódio expôs uma manobra dentro da própria Assembleia Legislativa do Maranhão. Após pressões devido às inúmeras condenações judiciais por corrupção, improbidade administrativa, fraudes em licitações e desvios de recursos, Aldenir foi oficialmente exonerado. No entanto, em seu lugar foi supostamente nomeada a própria esposa, numa clara tentativa de driblar a Lei da Ficha Limpa do Servidor Público (Lei 9.881/2013). Apesar de não constar mais oficialmente na folha da Assembleia, Aldenir continua atuando nos bastidores como se fosse assessor, o que levanta outro questionamento: o que ele estava fazendo conduzindo um carro oficial vinculado à presidência da Assembleia Legislativa num domingo fora do expediente normal do parlamento?
Diante desses fatos, a sociedade se pergunta não só o que realmente estava por trás do encontro com o blogueiro que disparou ataques contra o vice-governador, mas também como a presidência da Assembleia permite esse tipo de manobra escancarada para burlar a legislação, mantendo alguém com histórico de condenações graves utilizando estrutura pública e exercendo funções de fato, mesmo sem nomeação formal.
