A Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou, sob forte crítica da oposição, a Medida Provisória 513/2025, enviada pelo governador Carlos Brandão, que cria novos cargos comissionados de simbologia isolada. A medida, que prevê cinco novos postos, soma-se a outros 120 cargos abertos por decretos recentes do próprio governo. Para parlamentares oposicionistas, o objetivo é claro: acomodar aliados políticos que atuarão diretamente na campanha de Orleans Brandão, sobrinho do governador e pré-candidato. Para muitos analistas, o pacote chega a ser um escárnio com a população maranhense, que já paga alguns dos impostos mais altos do Brasil e agora terá de arcar com salários elevados para mais de 120 apadrinhados políticos.
O deputado Othelino Neto, que votou contra a matéria, classificou a iniciativa como um absurdo administrativo e um atentado à responsabilidade fiscal. Segundo ele, enquanto setores essenciais enfrentam abandono, o governo segue ampliando a estrutura estatal para fins nada republicanos. “Somos contra porque isso não resolve os problemas do povo; só incha, ainda mais, a máquina pública para atender interesses políticos”, disse o parlamentar, reforçando que as prioridades da gestão estão completamente distorcidas.
Othelino também destacou que o estado padece com a falta de investimentos em saúde, educação, infraestrutura e segurança, enquanto o governo direciona energia para multiplicar cargos destinados a apadrinhados. Para ele, a estratégia revela uma engrenagem eleitoral financiada pelo bolso do contribuinte. “O maranhense trabalha, paga impostos e merece respeito, não um governo preocupado em montar estrutura eleitoral familiar às custas do erário”, completou.
Outro que reagiu foi o deputado Carlos Lula, que denunciou a aprovação como “uma manobra escancarada”. Para ele, a submissão da Assembleia ao Palácio dos Leões atinge um novo patamar com a criação de mais de 120 cargos em comissão. “O Palácio dos Leões manda e a Assembleia obedece. Enquanto isso, quem luta por concurso público segue sem expectativa. É um trem da alegria para tentar eleger o sobrinho do governador a qualquer custo”, afirmou. Lula adiantou que a oposição deve judicializar a medida.
Em tempo : Os órgãos fiscalizadores, por sua vez, permanecem em um silêncio sepulcral.
