Carlos Brandão tem sido aconselhado por figuras próximas a ignorar o acordo político firmado em 2022, que previa a renúncia ao governo em março de 2026 para permitir que Felipe Camarão disputasse a reeleição com a máquina pública e apoiasse Brandão ao senado. Em vez disso, o governador tem sido convencido a se sacrificar e apostar em Orleans Brandão, seu sobrinho, nome que enfrenta alta rejeição interna e resistência externa, inclusive dentro da própria base governista.
A insistência em impor um candidato de perfil frágil, desprovido de carisma popular e sem respaldo político sólido, é vista como um erro estratégico grave. Nos bastidores, até antigos opositores foram integrados ao núcleo de decisões do Palácio, aconselhando Brandão a desconsiderar compromissos passados e a atropelar qualquer lógica de continuidade, inclusive flertando com práticas de nepotismo político.
O sobrinho do governador pontua em pesquisas pelo simples fato de todas as secretarias do governo do estado estarem trabalhando a todo vapor em seu favor, algo nunca visto em outros governos, a máquina ser usada de forma desproporcional para alavancar o nome de um parente direto.
O cenário desenhado por esses conselheiros tem tudo para implodir o projeto de poder do grupo governista. Ignorar Felipe Camarão — que segue leal, silencioso e bem posicionado — pode não apenas dividir a base, como também entregar o governo a adversários mais preparados e articulados. Para analistas políticos, Brandão está sendo conduzido por aliados que não têm compromisso com o sucesso do governo, mas sim com seus próprios interesses momentâneos.